quarta-feira, 18 de março de 2009

ARISTOGATAS

Após quatro anos de trabalho, em 1970, os estúdios Disney lançam Aristogatas. O filme que foi planejado para ser um especial live-action de duas partes em um programa de TV, teve a produção aprovada pelo próprio Walt Disney. Tornou-se o primeiro longa-metragem produzido e lançado após sua morte. Aristogatas conta a história de uma milionária que pretende deixar sua fortuna para a gata Duquesa com seus filhotes: Marie, Toulouse e Berliouz. Porém, o mordomo Edgar abandona os gatinhos para se tornar o beneficiário da herança . Estando perdidos, os herdeiros contam com a ajuda de um esperto gato das ruas, Thomas O’Malley, para voltar ao lar confrontando Edgar.

O design e a personalidade dos personagens foram modelados com base nos atores que faziam suas vozes. Qualquer semelhança entre Louis Armstrong e o Gato Pilantra não é mera coincidência. A dublagem do personagem era para ter sido realizada por Armstrong. Sendo assim, a aparência do gato foi modelada com base no artista. Desde o modo como ele tocava trompete até sua aparente separação entre os dentes. No entanto, Armstrong desistiu de sua participação no filme. Para animar as gansas Amélia e Abigail, os animadores filmaram gansos de verdade, estudando sua aparência e seus movimentos.

Apesar de ser criticado por sua semelhança com A Dama e o Vagabundo e 101 Dálmatas, os críticos julgaram o filme como divertido e charmoso, mesmo não sendo necessariamente memorável. Aristogatas foi um sucesso de bilheteria, principalmente na Europa. Com a repercussão do filme, os gatinhos foram viver também nas histórias em quadrinhos da Disney.

OPINIÃO DO CRÍTICO

A abertura do filme com créditos no início, à moda antiga, acho super charmosa. Principalmente com uma canção muito bem selecionada como As aristogatas. Na versão original, Maurice Chevalier foi tirado de sua aposentadoria para cantá-la. Essa canção expressa todo o espírito francês do filme. No Brasil, ela é cantada parte em português e parte em francês. Também podemos observar já nas primeiras cenas, o cuidado dos artistas ao retratar a França, desde a arquitetura até as paisagens. Foram usados 900 planos de fundo pintados. Se você prestar atenção, a mansão da madame Adelaide, tanto por dentro como por fora, é um dos cenários mais ricos em detalhes de todos os longas-metragens já produzidos pela Disney.

Conforme citado acima, a caracterização dos personagens foi realizada com base nos atores que trabalhariam na dublagem. O resultado é incrível. Os personagens têm vida própria, são totalmente personalizados e jamais confundidos. A gatinha Marie é considerada um personagem inesquecível. Ainda hoje existem produtos com linhas exclusivas da Marie. Desde utensílios infantis até materiais escolares. Como Aristogatas não é um conto de fadas como Branca de Neve, Cinderela e Pinóquio, ver seus personagens ultrapassando os limites do tempo é prova de que seus animadores fizeram um excelente trabalho.

A palavra aristogatas, nesse caso, faz menção a aristocratas. Fazendo-nos entender que os gatinhos são de uma classe elevada. O roteiro também nos passa essa imagem, o passatempo dos filhotes eram aulas de piano, canto e pintura. Como nós sabemos, a arte é muito mais apreciada e alcançada pelas altas classes sociais. O filme também recebeu algumas críticas por lembrar 101 Dálmatas e não podemos negar essa semelhança. Além de ser um grupo de animais de estimação tentando voltar pra casa, o aspecto rabiscado dos desenhos e os traços exagerados em alguns personagens, por exemplo, as pernas muito finas do advogado Jorge, nos remetem à produção de 101 Dálmatas. Mas em momento nenhum isso tornou o filme cansativo. Até por que, já estamos acostumados a ver algumas semelhanças entre as produções. Exemplo: Branca de Neve, Cinderela e
A Bela Adormecida.

Não precisa ser um especialista no assunto para perceber que Aristogatas apresenta uma comédia bastante extravagante. Algo que não me agradou nas primeiras vezes que assisti. Eu já estava acostumado com produções mais sérias, ou ainda, mais maduras. Como O Rei Leão e Pocahontas. Eu já havia esquecido que o público-alvo era infantil. Mas, aos poucos, aprendi a admirar os olhos do ambicioso Edgar se tornando cifrão, e sua habilidade em dirigir uma motocicleta de cabeça para baixo buscando fugir dos cães que o perseguiam. Aliás, esses cães, Napoleão e Lafayette, fizeram tanto sucesso em sua primeira cena, que a história teve que ser mudada para que pudessem aparecer de novo. Confesso que a segunda aparição é ainda mais engraçada. Uma das minhas cenas favoritas. O interessante é que Napoleão e Lafaiette em momento nenhum contracenam com os aristogatas.

MENSAGENS SUBLIMINARES

Em alguns sites surgiram boatos de que havia mensagens subliminares na capa de Aristogatas. Nela, o Gato Pilantra segurava um baseado onde estava escrito Legalize it, fazendo menção à legalização da maconha. A torre Eiffel insinuava o órgão sexual masculino enquanto as estrelas acima, eram pequenas folhas de maconha. Além disso, a gatinha Marie segurava uma carta criptografada em uma das patinhas. Esse boato foi protestado por um leitor. Pelo menos, nas capas destinadas ao Brasil, essas mensagens não foram incluídas.

FONTES: